Cuidado com as palavras: elas são a sombra do que pode acontecer...

Sunday, June 08, 2008

Que bom seria...
Se eu calasse mais, se eu conseguisse ficar um pouco mais quieta...
Se eu ficasse sem fazer nada e me conformasse com isso...
Se eu conseguisse prestar mais atenção no que me dizem, nas pessoas e nos sons transmitidos pela natureza, pelos objetos e afins...
E ao mesmo tempo se eu desse menos importância pro que os outros me dizem...
Se eu desse mais valor aos meus joelhos...
Se eu estivesse de bem comigo mesma, não me cobrasse demais...
Se eu aceitasse os meus erros...
Se eu consiguisse esquecer aqueles que quase nunca lembram de mim...
Se eu gostasse mais de estar só, se minha presença me bastasse...
Se eu não discutisse tanto por coisas tolas...
Se eu perdesse menos tempo ajeitando o meu cabelo...
Se eu acordasse mais cedo...
Se eu me exercitasse e lesse mais...
Se eu sorrisse mais em fotos...
Se eu me preocupasse menos com a organização das minhas roupas...
Se eu ficasse menos horas na frente do computador ou que aproveitasse melhor as horas que fico...
Se eu aprendesse a dançar outros ritmos de música...
Se eu estudasse outro idioma...
Se eu trabalhasse pra me sustentar...
Ou não...

Saturday, May 31, 2008

Outro dia

Estranho pesar eu sinto...
Cansei de me esconder atrás das palavras, e também por meio delas...
Pra que falar demais? Se agora só o silêncio me basta, e me resta.
Quanto pranto rolado em vão, ou talvez não... Talvez cada lágrima que destes olhos brotou, numa semente vingou e o que era cristal se fortificou.
Quanta coisa a gente aprende e quanto detalhe passa a ter relevância. Frase de maior inteligência não poderia citar se não aquela que diz que a riqueza, a beleza das coisas mora nos seus detalhes. E quantos sinais mínimos eu não captei, ou interpretei de forma errada... Ahhh... Se o tempo voltasse... Mas se eu sei que não volta, do que adianta lamentar?
O que não tem remédio, remediado está. Para as dores do coração, tempo.
Todo mundo erra, faz suas idiotices... Mas na vida o idiota é aquele que é mais feliz. Ser idiota tem lá suas vantagens... "Seja um idiota", já diz Aillin Aleixo [leia um pedaço sequer].
Liberto-me das amarras da hipocrisia e tento seguir os passos que já trilhei, tudo de novo.

Saturday, May 10, 2008

Ser mãe é padecer no paraíso [frase da própria]

A natureza assinala suas perfeições e imperfeições, porque não, nos detalhes mais sutis que se possa imaginar... A mulher foi presenteada por ela com o dom de gerar novas vidas, e durante 9 meses sente dentro de si uma pequena semente que germina dia-a-dia; produzindo mudanças no seu corpo, na sua mente, no seu ego, nos seus sentimentos... Ainda não experimentei, e nem sei se as circunstâncias hão de me permitir futuramente, essa dádiva de frutificar outro ser a nossa própria imagem e semelhança... Mas guardo comigo a certeza de que só quem é mãe é quem sabe as delícias e os anseios desta arte.
Quem poderia perder horas de sono com nossos chorinhos de recém-nascidos?
Quem poderia decifrar cada entonação de tais choros entre alimentar, trocar, remediar, afagar, cobrir, entre tantos outros apelos?
Quem contaria com mais atenção a cada novo dente; quem esperaria com mais ansiedade uma primeira palavra dita, um primeiro passo dado?
Quem mais abriria as portas do armário pra gente revirar as panelas, inventaria qualquer moda pra gente parar de chorar, contaria pela milésima vez uma história para ninar, veria pela 20ª vez um desenho animado pra nos agradar?
Quem largaria qualquer coisa que estivesse fazendo pra correr pro hospital e perderia o sono pra medicar na hora certa?
Quem mais se preocuparia com que a nossa letra fosse bonita, com que não faltasse um "r" aqui, um "s ali; com que a gente não afundasse a ponta da canetinha; com que não nos esquecessemos da merenda da escola?
Quem mais correria atrás da gente pra botar uma meia, vestir um casaco, lembrar de levar o guarda-chuva?
Quem pensaria em cozinhar pra gente um prato especial quando a gente faz manha ou nos obrigaria a comer chuchu, beterraba, cenoura, brócolis e afins?
Quem novamente viraria noites em claro até ouvir o barulho da chave na porta e ter a certeza de que chegamos bem em casa?
Quem se descabela se a gente não atende o celular ou não liga, ou se a gente chega meia hora mais tarde?
Quem que implica com as roupas que a gente usa, repara nas nossas companias e já disse pelo menos uma vez na vida que estamos sendo "mal influenciados" por algo ou alguém?
Quem sempre diz pra gente se cuidar, não beber demais, não tomar banho quente e pegar vento frio, não comer demais e se jogar na água, não dar confiança pra qualquer um, não chegar muito tarde, cuidar com quem a gente anda de carro...
Quem mais poderia dar um monte de puxões de orelha e conselhos que quase sempre entram por aqui e saem por ali, mas que em algum momento as circunstâncias nos revelam empiricamente a devida importância?
Quem reclama da gente, mas não deixa que ninguém mais faça o mesmo e além disso daria sem pensar sua própria vida pela nossa?
Hoje é só mais um dia do ano?
Mais uma data que o homem impôs pra movimentar o comércio?
Talvez...
Mas é sempre válida a lembrança de que maior amor do que esse não há e em qualquer lugar do mundo MÃE É MÃE.
Com a minha eu discuto, choro, confidencio, implico, sacaneio, dou risada, abro o jogo e o coração, omito mas nunca minto... Eu posso ficar um tempo sem ver ela, mas nunca mais do que uma semana sem ouvir a voz dela, sem saber que tá tudo bem, e eu sei que a recíproca é verdadeira. O colo, o abraço, o beijo dela são incomparáveis... E eu levo sempre levo onde quer que eu vá o sorriso e a paciência que até hoje me guiaram e me fizeram ser quem eu sou...
Ela tem nome, mas eu só consigo chamar de mãe, e ainda por cima com o pronome possessivo na frente: MINHA.
Minha mãe, minha véia... Obrigada por tudo, TE AMO!



Feliz dia das mães a todas as mães, mas principalmente a aquelas que me presentearam com os maravilhosos amigos que tenho!

Saturday, January 26, 2008

Inconveniência

Quando criança reclamamos incansavelmente que queremos ser adultos, fazer "coisas de gente grande".
Depois, quando a gente completa 18 anos e consegue entrar naquela danceteria - que várias vezes já tínhamos tentado entrar antes, seja com carteira de identidade falsa, seja com quilos de maquiagem e salto alto pra enganar - cansamos da mesma gente, dos mesmos estilos, das mesmas músicas, da constância de todas as coisas.
Antes de ingressar numa Universidade, estudamos, adoecemos de nervosismo, questionamos nossa competência, nossa força de vontade. Sofremos e pensamos o quanto difícil é ser vestibulando. Ao entrarmos no nosso tão desejado curso universitário, ficamos tontos com tantas provas e conteúdos a serem vencidos, sentimos a concorrência passando bem próximo de nós, e pra entrar no mercado de trabalho, nem se fala... Coisa triste! Bom mesmo era não se preocupar com essas coisas, quanta saudade!
Quando nos tornamos adultos, e nos são atribuídas diversas e pesadas responsabilidades, repitimos pra nós mesmos o quanto era bom ser criança, o quanto era gostoso aquele descompromisso.
Agora, na segunda quinzena deste primeiro mês de 2008, um insistente vento fresco invade o nosso verão e quem arranjou uns 10 dias pra descansar na praia (e escolheu logo esses) não faz outra coisa a não ser reclamar. Mas se tivesse no calor ardente do habitual verão de Porto Alegre, estaria a espraguejar o coitado do São Pedro, que nos faz um inverno de 5°C e um verão de 40°C!
Aliás, nessa época os créditos com os médicos cirurgiões plásticos ficam facinhos... Quanta gente não entra pra faca com as maiores das esperanças de aumentar a auto-estima, de corrigir pequenas imperfeições, e não sai arrependido, surpreso, certo de que não era bem aquilo que queria... Mas agora já foi, aplicou sua economia de anos na empreitada corpórea.
Vontade de avançar no tempo, vontade de retroceder, vontade de mudar de lugar; saudade, arrependimentos... Tudo isso faz parte das fases de nossas vidas, mas porque reclamamos tanto? Reclamamos por ter e por não ter, por perder ou conseguir, por estar e não estar. Acho que deveríamos fechar mais a boca e usar os outros sentidos pra percebermos os sinais, os reflexos de nossas ações e pensamentos. Porque o mais triste da vida adulta é perceber que tudo que se tem, ou que se sucede, ocorre por única e exclusiva responsabilidade de nós mesmos. Nós trilhamos o caminho que nos levou até onde estamos. E também só nós podemos decidir se seguimos pra esquerda ou para direita, se vamos a diante naquela curva, ou se retornamos, porque só quem sabe de nossas possibilidades, advinha? Somos nós.
Mudar também faz parte da vida e isso implica em deixar algo pra trás e conquistar coisas novas em cada fase por qual passamos. O que a gente tem que fazer é viver o presente da melhor forma, e repeitar o nosso tempo, afinal, ele passa pra todo mundo mesmo. E uma hora aquela hora vai chegar, e liquidar segundos, minutos esperando o tal momento só traz mais arrependimento e mais reclamações.
"Porque não vivo nem no meu passado, nem no meu futuro. Tenho apenas o meu presente, e ele é o que me interessa. Se você puder permanecer sempre no presente, então será um homem feliz. Vai perceber que no deserto existe vida, que o céu tem estrelas, e que os guerreiros lutam porque isso faz parte da raça humana. A vida será uma festa, um grande festival, porque ela é sempre e apenas o momento em que estamos vivendo." Paulo Coelho, em O Alquimista.
A propósito... São Pedro, melhora esse tempo pra eu poder voltar pra praia, por favor!!! *risos*

Tuesday, January 22, 2008

Flashback

Sou o meu amor maior
Com um pouco de egocentrismo
E um tanto de demência
O tanto necessário para trilhar o meu caminho
Sem perder o medo de ser feliz
...

Somos todos pedaços de estrelas, poeira cósmica que o sopro do acaso presenteou com a vida.

Friday, January 18, 2008

Pedaços, de novo.

Já que me apetece mais ler do que escrever... Vou colar aqui partes interessantes de minhas leituras, ok?


Nos filmes de ficção científica do tipo Guerra nas estrelas, que emocionam milhões, não há árvores, somente máquinas com inteligência eletrônica. Nossas inteligências estão cada vez mais ligadas aos vídeos e computadores e cada vez mais distantes da natureza. Há crianças que nunca viram uma galinha de verdade, nunca sentiram o cheiro de um pinheiro, nunca ouviram o canto do pintassilgo e não têm prazer em brincar com terra. Pensam que terra é sujeira. Não sabem que terra é vida.

Há também as dores da alma que nenhuma cirurgia consegue curar. O medo, por exemplo, não pode ser amputado. Pena. Porque o medo paralisa a vida. Dominada pelo medo, a vida se encolhe, perde a capacidade de lutar, entrega-se à morte. Animais amedrontados se deixam matar sem um único gesto de defesa.

Animais não competem. Nenhum tem interesse em saber qual é o melhor. Eles não se comparam. Animais correm por prazer: cães e cavalos correm e pulam por prazer. Mas quando não estão brincando, isto é, quando não estão envolvidos no prazer da atividade, eles não fazem esforços desnecessários. Os movimentos dos animais são determinados por um estrito senso de economia. Só existe uma situação quando competem: onça e veado, gavião e coelho - quem perde ou morre ou fica com fome.

É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer; pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa voltar a ser crianças! Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e de uma dureza assombrosas. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão - sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.

"Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma."

Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos.

Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.

Para mim Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.

A gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. E é na não-escuta que ele termina.

O taoísmo é um jeito de olhar para o mundo. São muitos os jeitos de olhar para o mundo. Cada jeito, cada mundo. O taoísmo diz que o mundo é feito de encaixes. Tudo vem aos pares. O que não tem par não existe. Tudo é macho e fêmea: yang, yin. Quando as duas partes do par se encaixam faz "dac" - e a felicidade acontece. Para haver encaixe é preciso que cada parte seja incompleta. Se as partes fossem completas os encaixes não seriam possíveis nem necessários. (...) Viver é montar um quebra-cabeça. Viver é procurar encaixes.

O amor é um buraco na alma. Quem ama é pobre. Falta alguma coisa. Peça desencaixada do quebra-cabeça. O sentimento amoroso é a nostalgia pelo pedaço que me falta, "pedaço arrancado de mim". Assim são o masculino e o feminino. O masculino é o pleno que ora pelo vazio que o abraçará. O feminino é o vazio que ora pelo pleno que nele se encaixará. Quando os amantes se abraçam e as peças se interpenetram, os corpos se encaixam, como no quebra-cabeça. Todo ato de amor é uma realização efêmera de uma unidade original perdida. Assim são o yang e o yin, o pleno e o vazio, o seio e a boca, o masculino e o feminino, a fala e a escuta.

(...) CONTINUA.

Tuesday, December 25, 2007

DESEJOS

Não sei porque a inspiração me chega mais pro fim de um ano e começo de um outro... Ora! Que redundância, mas tudo bem.
Talvez seja esse espírito de renovação que movimente meus neurônios e mais além disso, me deixe mais emotiva, mais sensível a coisas que eram invísiveis aos meus olhos anteriormente.
Só sei que quando essas datas se aproximam, nos enchemos de juras, prometemos mundos e fundos a nós mesmos e aos outros. E dificilmente lembramos de nossas vontades no ano posterior, quanto mais cumprimos aquilo a que nos dispomos.
Depois de ver filmes como "Quem Somos Nós?" e "O Segredo" percebi que nossos desejos não tem que ficar apenas no falar, nos sonhos que alimentamos. Devemos praticá-los no nosso dia-a-dia, fazê-los presentes na nossa rotina. Como? Através da meditação, de se esforçar, do fazer as coisas acontecerem. Parece subjetivo demais? Tá, esses filmes são um pouco auto-ajuda demais. Tomemos o filme "À Procura da Felicidade". Chorei demais vendo esse filme. Quando tudo parecia estar perdido, e de fato por um bom momento esteve, as coisas começaram a melhorar. Mas antes disso o coitado do personagem do Will Smith comeu o pão que o diabo amassou. Não bastou SÓ querer de corpo e alma... Ele abdicou de algumas coisas que incluíram até a casa e a esposa, suou muito a camiseta... Sentiu-se diminuído diante dos seus colegas, sofreu com o trabalho que passou ao lado do seu filho, mas nunca desistiu de seu objetivo maior, de estudar muito para alcançá-lo.
Talvez esteja sendo preconceituosa com meu próprio povo, mas quer gente que mais acha que tudo vai cair do céu do que o povo brasileiro? É sempre "se Deus quiser", afinal ele é brasileiro. Não que eu não acredite nele, e até eu digo isso; também respeito quem tem suas crenças. O fato é que apesar da fé mover montanhas, a gente tem que batalhar pelos nossos sonhos. A malandragem dos nossos políticos, a corrupção... Os reality shows que vemos na TV, as novelas... Tudo facilita para acreditarmos que de uma hora pra outra chegaremos ao estrelato. A vida é trabalho também minha gente! Não é um moranguinho. Depois de muitos filmes, sair do colégio, ir pra faculdade, morar 6 meses sozinha é que a ficha caíu.
Sonhe mas com os pés no chão.
Deseje muitas coisas pra 2008... Mas não fique só nas palavras, pratique.

E eu peço um trilhão de coisas boas pra vocês! Porque a gente atraí o que transmite... ;)

"Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar num sonho que se tem, ou que seus planos nunca vão dar certo, ou que você nunca vai ser alguém...".
Legião.

"É bom olhar pra trás e admirar a vida que soubemos fazer...
É bom olhar pra frente... É bom, nunca é igual!
Olhar, beijar, ouvir, cantar um novo dia nascendo... É bom e é tão diferente!".
Nando Reis